Na química dos humores desse homem-gadget contemporâneo, o livro digital é a promessa de um catalisador incomparável – promete acelerar a reação entre leitor e texto. Porém, não estabelece vínculos duradouros. Assim conferido, o livro digital possui o mesmo valor de uma fotocópia, legitimando esse mesmo caráter de ser descartável tão logo o texto tenha sido usufruído.
O livro digital promove, inadvertidamente, o descarte do texto, confinando-o a um diretório do sistema operacional ou a lixeira virtual. Em contraponto, leio que uma primeira edição do livro “Sobre a Origem das Espécies”, de Charles Darwin foi encontrada na estante de livros de um banheiro. Esse espécime raro em papel envelhecido será leiloado por pelo menos 66 mil dólares! Qual o livro digital que poderia aspirar valer quantia equivalente? Sabe-se a resposta.
Aqueles que advogam o fim do livro tradicional, paradoxalmente, estão colaborando na promoção de seu valor. A edição do livro é o que contribui para determinar o seu preço e a sua valia. Como editor e escritor, regulo as opiniões divergentes pelas vias do utilitarismo do nosso tempo. Sempre que pensamos no livro pela sua utilidade o tornamos descartável.
O apanágio do livro tradicional é a sua demarcação enquanto obra que inclui texto, acabamento, ilustração de capa e, sobretudo, sua datação na história dada pela sua edição. O livro impresso e editado é um rastro de vida, vestígio de época, fato histórico. Nenhum livro digital pode aspirar ter uma arqueologia semelhante, pois ele apenas nos dá o texto e nada mais. Prefiro desejar que os utilitaristas migrem para o livro digital, retirando das livrarias todos esses livros que almejam apenas a distração estéril. Livraria deve ser o lugar dos livros perenes, das obras impressas, que ainda exalam o perfume de seu tempo e lugar, que indiquem a origem de sua espécie, e que, ainda, contenham textos que promovam a evolução do pensamento e do senso estético. E se isso for mero romantismo, que eu possa encontrar mais românticos nesse mundo. Aliás, um livro vale um romance.
O livro digital promove, inadvertidamente, o descarte do texto, confinando-o a um diretório do sistema operacional ou a lixeira virtual. Em contraponto, leio que uma primeira edição do livro “Sobre a Origem das Espécies”, de Charles Darwin foi encontrada na estante de livros de um banheiro. Esse espécime raro em papel envelhecido será leiloado por pelo menos 66 mil dólares! Qual o livro digital que poderia aspirar valer quantia equivalente? Sabe-se a resposta.
Aqueles que advogam o fim do livro tradicional, paradoxalmente, estão colaborando na promoção de seu valor. A edição do livro é o que contribui para determinar o seu preço e a sua valia. Como editor e escritor, regulo as opiniões divergentes pelas vias do utilitarismo do nosso tempo. Sempre que pensamos no livro pela sua utilidade o tornamos descartável.
O apanágio do livro tradicional é a sua demarcação enquanto obra que inclui texto, acabamento, ilustração de capa e, sobretudo, sua datação na história dada pela sua edição. O livro impresso e editado é um rastro de vida, vestígio de época, fato histórico. Nenhum livro digital pode aspirar ter uma arqueologia semelhante, pois ele apenas nos dá o texto e nada mais. Prefiro desejar que os utilitaristas migrem para o livro digital, retirando das livrarias todos esses livros que almejam apenas a distração estéril. Livraria deve ser o lugar dos livros perenes, das obras impressas, que ainda exalam o perfume de seu tempo e lugar, que indiquem a origem de sua espécie, e que, ainda, contenham textos que promovam a evolução do pensamento e do senso estético. E se isso for mero romantismo, que eu possa encontrar mais românticos nesse mundo. Aliás, um livro vale um romance.
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