quinta-feira, 22 de julho de 2010

A Esquina Literária

O que pensaria Quintana, ao cruzar por alguns de nós, naquela esquina da Rua da Praia, que não tem praia, que não tem rio? Que poema ruminaria alheio ao burburinho da cidade? Nós, que acostumados estamos com a solidão de nossa obra literária, afanaríamos o cumprimento, na esperança de um sorriso inspirador, de uma palavra de orientação?

Aquela esquina literária onde muitos versados e aprendizes se entremeiam, entalhando na calçada suas pegadas mais hesitantes - aquele canto, aquela esquina, aquela dobradura dos caminhos - nos acolhe. Mas, às avessas, sem avisar, também nos encolhe.

Talvez aquela esquina seja um entrepasso. E se ali nos demoramos, então é porque não sabemos escolher qualquer caminho.

Acenei de volta e segui meu caminho. Sem qualquer novidade no bolso. "E vou escrever um livro para provar que sou sublime..."

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